

Nação parada! O coração batendo aceleradamente, as TVs abertas para que se possa acompanhar o julgamento do tal "mensalão". Fala longa do ministro relator; agiganta-se pelos argumentos, pela objetividade; torna-se uma figura histórica. Palavra do revisor, quer mostrar erros do relator; cita juristas do mundo todo para provar o que o tribunal já tinha dito que não aceitava a sua tese. Em suas palavras indica que é mais pelos meliantes do que pela defesa da sociedade brasileira. Quando defende por mais de duas horas o requerimento de um advogado de um dos réus se apequena e mostra que, quem sabe, que houve uma combinação prévia, pois, como trouxe ele, aquele calhamaço escrito se não sabia que requerimento ia ser feito?
Começa a votação. Vem em primeiro uma ministra. Simples, clara objetiva, sintética e vota. Não fez citações nem usou brocados latinos. Foi "pau é pau e pedra é pedra". É a mulher se elevando na sociedade brasileira. Uma grandeza de exemplo.
Vem o segundo ministro. Leva um tempo louco só para mostrar conhecimento jurídico. Citou conhecedores do direito: italianos, franceses, americanos e brasileiros. Uma conversa sem fim e como diz o vulgo: “conversa de enxugar gelo”. No final vota com relator. Levou mais do dobro do tempo da ministra para votar como ela com uma pequena discordância.
O terceiro ministro lê de cabeça baixa o seu voto. Parece querer se esconder para que não vejam a sua própria fisionomia de vergonha. Enrola as palavras, a língua e chega a uma conclusão interessante: o réu mais importante é absolvido e condena o resto, seguindo o relator. Numa troca de palavras com o relator diz que o dinheiro recebido pela esposa do acusado era fraudulento, mas mesmo assim absolve o réu e não condena a esposa como receptadora de um dinheiro roubado. Uma tristeza.
O quarto ministro a votar é uma mulher. Que mulher! Eleva-se quando sente vergonha do marido ter mandado sua esposa receber o dinheiro que sabia não ser honesto. Usou a pessoa que deveria defender. Pela fisionomia mostrava que tinha vontade de usar algumas palavras fortes, mas sua posição de ministra do STF não a permitia. Isto se chama grandeza e educação. Votou com o relator. Foi curta e objetiva. Não perdeu tempo e se elevou perante a justiça brasileira.
O resultado até agora eleva O STF. Já alguns condenados e outros precisando de mais dois votos para ir para a cadeia e não mais roubar o Brasil.
VIVA AS MULHERES!
Ir. Torres de Melo
“O DIREITO NÃO TEM SEXO, A VERDADE NÃO TEM COR”.
Epígrafe do jornal ESTRELA POLAR
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