quarta-feira, 23 de maio de 2012

INTOLERÂNCIA, FILHA DA IGNORÂNCIA ...


INTOLERÂNCIA
A intolerância, falta da capacidade de aceitar a diferença, pode ser reforçada pela ação agressiva provocada por idéias ou valores contrários que se finaliza em atitudes, por vezes violentas, geradas  no ódio do intolerante em razão da diferença de valores e crenças existentes no intolerado. Muito embora a palavra intolerância remeta-nos à não aceitação de culturas, credos, raças e ideologias, pode ser desencadeada para quaisquer manifestações desde que contrárias. A intolerância geralmente  contamina e se dissemina quando reforçada por alguma ideologia, como exemplo a Alemanha  em meados do século passado, entre final da década de 20 e metade  da década de 40, um bom exemplo de intolerância em massa.

IGNORÂNCIA
Há dois tipos de ignorância: a primeira, a ausência de conhecimento, ausência de consciência para  saber que não se sabe, e a segunda, a ausência de conhecimento associada a atitude de rejeitar o conhecimento disponível. Hannah Arendt sustentou que grande parte dos nazistas eram meros ignorantes do primeiro tipo, manipulados por ideologia de um partido que pregava a pura intolerância.
 
Mas dentre os seguidores do nefasto nazismo, muitos outros, porém, estavam enquadrados no segundo  tipo de ignorância, os que escolhem o conforto e a segurança,  que preferem sempre ficar ao lado de qualquer que seja o poder, que não desejam se incomodar para lutar contra injustiças, que preferem ficar à margem de qualquer conhecimento que represente risco, mesmo que seja o caminho da verdade, porque acreditam que não precisam se envolver, que o tempo é soberano e dará cabo de tudo, que não precisam se mobilizar junto a poucos que podem virar bodes expiatórios; justificam-se pensando que não têm vocação para mártires. Isso é delegar a vontade, o pensar e o agir. Pessoas que preferem a cegueira do não conhecimento são nocivas para o todo social, a omissão os leva à subserviência dos mandos e da intolerância de alguns poucos.

Somente com o conhecimento chega-se à consciência que controla a intolerância, filha da ignorância, pois só os ignorantes acham que tudo sabem, que tudo podem. “Só sei que nada sei”  alude à humildade do saber que há muito o que aprender. Viver à sombra da dúvida, na ignorância, impede o viver à luz da liberdade, da igualdade e da fraternidade.

Ir. Edson Monteiro

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