sexta-feira, 6 de abril de 2012

SENADORES DA REPÚBLICA


Mais um caso de falta de todos os valores cultivados por um senador da República. Vários que lá se encontram já envergonham a casa de Rui Barbosa. Este tinha razão quando afirmou: “De tanto ver triunfar as nulidades,  de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça, de tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto”.


Estamos vivendo nova tempestade com o caso Demóstenes Torres. Pregava a moral e vivia no meio de pessoas que envergonham a corrompida sociedade brasileira. Novo Catilina se apresenta no Senado e quem será Cícero? Será que algum senador poderá dizer o que falou Cícero quando atacou o corrupto Catilina: “Até quando, enfim, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda esse teu rancor nos enganará? Até que ponto a tua audácia desenfreada se gabará de nós?” Quantos Catilinas temos no nosso Senado da República? Temos de todos os tipos. Temos algum druso, que acabou assassinado por defender Roma, sua Pátria? O avô de Cícero disse: “Só uma nação governada por Deus e Suas Leis pode sobreviver aos séculos”. Roma foi destruída por abandonar os seus deuses e os governantes serem bandidos. O Brasil marcha no mesmo rumo. Estão tirando Cristo das paredes e os governantes são verdadeiros bandidos corruptos e corruptores.


Arthur Koestler, no seu maravilhoso livro - Entre o zero e o infinito - escreveu o que estamos vivendo no presente no Senado da República e dentro das paredes dos executivos e judiciários. A fedentina das desonra penetra nos lares brasileiros, vindo dos ventos de Brasília. Vivemos a mentira de uma democracia podre e ele Koestler bem expressou dizendo que se fala uma coisa e se faz justamente o contrário:
“Trouxemos a verdade, mas na nossa boca a verdade tinha todo o ar de mentira. Trouxemos a liberdade, mas nas nossas mãos a liberdade parece um látego (castigo, flagelo). Trouxemos a verdadeira vida, mas onde se ouve a voz as árvores secam, sussurram as folhas mortas. Trouxemos a promessa do futuro, mas esganiçamo-nos, gaguejamos .....”

Somos apenas uma democracia falsa e as vozes que a pregam são apenas suspiros da morte do nosso querido Brasil. São vozes sem som, são vozes da morte e vozes da podridão de bocas de ladrões e de pusilânimes. Pobre lar de Rui Barbosa onde seus atores entram pela porta dos fundos, pois são apenas vermes que desconhecem um mínimo de dignidade. Mais uma peça de teatro será apresentada na casa de Rui Barbosa. Será uma tragédia com todos os artistas mascarados para esconderem as faces dos sem caráter. O Senador Pedro Simom, exemplo da dignidade lá ainda existente, diz: “Acabou-se. Só o povo na rua!” Pobre Brasil! Pobre pátria sem filhos!

Ir. Torres de Melo

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