sexta-feira, 17 de junho de 2011

Irmão Annibal Mantovani

É com grande tristeza que participamos o falecimento do nosso Irmão Anníbal Mantovani, Venerável Mestre provisório da nossa Loja, ARLS Marino Grasseski Filho nº 702 - GLESP, oriente de São Paulo. O irmão Annibal conduziu nossa oficina com dedicação e esmero até hoje, sempre chegando ao templo pelo menos de 2 a 1hora e meia antes dos trabalhos, invariavelmente antes de todos nós; sempre selecionava primores de textos que foram importantíssimos motivares de estudo para todos os irmãos do quadro. É uma pena e uma grande dor para todos nós da Loja, e certamente para os incontáveis irmãos que o conheciam; muitos estiveram presentes hoje nas últimas homenagens que prestamos ao nosso "velho guerreiro do Rito Schröder". Por mais que aceitemos os designos da vida, por mais que entendamos que o morrer é o renascer ao novo ciclo, sempre é traumatizante a experiência da ausência abrupta, inesperada e sem avisos que a morte nos impinge. Vez por outra estamos às voltas com esses momentos dolorosos de perdas de parentes e amigos, que apesar de sabermos serem recurrentes, que voltaremos a vivenciá-los, nunca nos acostumaremos, nunca os aceitaremos com naturalidade. Mas viver implica em morrer, e morrer implica em renascer, esse é o ciclo, aí está nossa busca do mistério, a busca da verdade. Entretanto, nessas horas, em geral, o inconformismo faz a razão obscurecer e levar a mente a imaginar quais atitudes ou que decisões não teriam sido tomadas que pudessem ter evitado tão sofrida fatalidade. Mas o fato é que nada no Universo ocorre diferente do que está programado, não cai uma folha sem que seja sabida e determinada. Quando é chegado o momento, a morte acha seu caminho, o destino se cumpre. O resguardo da proteção duma redoma não protege da morte, porque ela não vem de fora, habita dentro, ao lado da vida concedida no dia da luz; a cada dia vivido diminui a energia da vida e aumenta a da morte, até que ela cubra com seu manto envolvente no plano escuro que faz mergulhar no túnel de luz para o surgimento do outro lado da nova vida, para vir à luz de novo. A beleza está em viver a plenitude da vida aqui e prepará-la para a expectativa do descortinamento do mistério do depois, do grande "barato" da constatação de que no final nada muda, que a vida continua. Mas mesmo com todas essas convicções de nossos estudos, ainda assim, quando se vive a experiência da perda de parentes e amigos, o chão some, o peito aperta, as lágimas rolam, e a mais dura prova emocional tem início. Tristeza e saudades para os que ficam, alegria e novos horizontes para os que vão. Vamos assimilar a lição de momentos como esse, fortalecendo nossas relações entre irmãos; a página não está virada, nosso irmão não será sepultado dentro de nós; manteremos em vida muito mais que sua memória, especialmente a sua determinação maçônica e o seu ideal humanista dentro do Rito Schröder.
Contornar o sofrimento dessa partida se impõe, pois nosso irmão precisa sentir que pode ir tranquilo, fazer sua jornada em paz, porque apesar das saudades, estamos bem...
                                                                              ...mas é duro!

Desejamos que seu caminho seja firme e com muito ânimo para os novos aprendizados que o esperam em sua nova condição de aprendiz novamente!
Boa viagem caríssimo Irmão Annibal,
e "Com um Aperto de Mão” nos despedimos... por enquanto!

Ir. Edson Monteiro

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