domingo, 27 de março de 2011

O “jeitinho brasileiro” continua tema atual! E A MAÇONARIA?



Escrevo hoje este pequeno texto motivado pelo que escreveu nosso irmão Eduardo Neves em 07/05/2010 e que está documentado neste blog.

Pois é, caros meus irmãos, os ministros do Supremo Tribunal Federal - STF decidiram considerar que corrupção do passado recente é passada, e que de acordo com a Carta Magna não pode atingir a escória que pretende ser reconduzida às cadeiras nas casas legislativas pelo país afora: é o mesmo que dizer: “as raposas podem, por ora, tomar conta das galinhas”.

Incrível interpretar a Lei Maior do país dessa forma; Constituição existe nas nações democráticas para defender o interesse dos povos, mas também existe nas ditaduras totalitárias em suas diferentes vertentes, e está lá para defender os interesses da dominação. Sabemos por vivência da nossa própria história recente, que ter constituição não é seguro contra injustiça e que apesar de tratar-se de bem importantíssimo, superior a todas as leis menores sujeitas a interesses locais e corporativos, a suprema autoridade da Constituição não pode se contrapor às evidencias da prática de crimes sejam de cunho administrativo, eleitoral, penal, civil, ambiental, trabalhista ou outro que seja. Nada pode obstar a apuração e a devida resposta a um crime. Imutabilidade dos postulados deve ser defendida à luz da contemporaneidade dos costumes e não apenas da previsão incauta dos constituintes do momento passado. Uma conduta criminosa sempre deve ser passível da imputação da devida penalidade, e da obstrução dos direitos da cidadania aos infratores. A razão de terem sido descobertas infrações agora não significa que não sejam passíveis das penalidades, pra começar a constituição está posta desde 1988, e ser ético é obrigação desde sempre, especialmente quando a pessoa se arvora em qualquer nível dos caminhos da gestão pública. Ética é simplesmente uma condição de CERTO E ERRADO. Ética é o que se espera de políticos, é ser correto sempre consigo, sem publicidade. A ética consiste em agir corretamente quando ninguém está observando, nos limites da consciência, quando as atitudes não necessariamente serão públicas, quando a ação é pautada pela boa formação educacional e espiritual e não por medo se ser pego pelas ações escusas, medo da publicidade do crime. Os ministros do STF devem defender a Constituição que se presta a defender ao povo, e se esta, por alguma errata ou má formação de nascença, se contraponha aos interesses do povo, o supremo tribunal defenderá o que? A letra morta ou a Nação? O STF serve ao povo e ponto final!

E a maçonaria serve a quem?

Desde que comecei minha jornada maçônica sempre acreditei no que me era posto nas discussões templárias e nas instruções dadas: formação de líderes em prol da construção da sociedade. Ah, mais uma coisa, crescimento espiritual mediante o entendimento dos fartos ensinamentos esotéricos à nossa disposição. Então, pressupõe-se que assistimos a maçonaria perpetrar abundante formação de líderes que se contrapõem aos desmandos na sociedade, que especulam e agem para conquistar mudanças esperadas pelos cidadãos, no sentido de assumir o papel que lhe cabe desde sua paulatina formação nas tavernas e nas cervejarias do último período da idade medieval.

Infelizmente não é isso que observamos. Exatamente ao contrário, temos lojas maçônicas inertes a tudo que não seja seus próprios interesses individuais, suas pautas de reuniões, suas festas, suas palestras, sessões brancas, etc. Nenhum interesse mais amplo, orgânico com suas lojas co-irmãs, que deveria ser estimulado e maestrado pela Potência.  E nossa Potência, faz isso? Que apoio nos confere? Para que serve?

A GLESP como congrega diversas lojas em todo o território do estado de São Paulo, deveria estar muito atenta a todo esse movimento político e ser a protagonista de mobilizações contra os disparates cometidos contra a sociedade. Mas o que vemos é a potência ser passiva e permissiva pra tudo que é político que bata às suas portas, aplaude e dá amparo às discussões e projetos de quaisquer políticos que venham a seus templos, como por exemplo, no passado recente, a proposta estapafúrdia e fora do foco da maçonaria da divisão do território brasileiro para a criação de novo estado independente no norte/nordeste, ou então, propostas de parceria utópica da maçonaria com o governo federal posta por dirigente que mal fala o português, que mal se mantive no poder e que hoje está no ostracismo. Tudo fora do foco da maçonaria. Mas esse absurdo que assistimos, o de aceitar que a escória humana volte ao poder nas legislaturas federais, estaduais e municipais, isso não, não temos nada a ver com isso. Temos que continuar cuidando de nossa pauta festiva e inócua. Juntamente com ocrescimento da vaidade e do orgulho infundado,os templos pululam e o estruturalismo da nossa GLESP fica cada vez maior e mais complexo; temos nos tornado figuras decorativas e exóticas, algo fora do lugar e do tempo, algo inerte e nojento que deveríamos afastar de nossas vidas. A Potência consome grande parte dos recursos das lojas e devolve o que em benefício, o que em coordenação?

Penso que seria melhor voltarmos aos tempos da Tavernas, nos tempos dos “copos d’água” repletos de cerveja, vinhos e víveres onde se praticava a tradicional e boa discussão maçônica intervencionista com o foco no ideal de defender o justo na sociedade.

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