Esta reflexão se faz após análise das centenas de participações em comentários nas matérias postadas neste blog desde janeiro de 2011. Os comentários são nossa principal fonte de retorno, de inspiração e principal motivação, neles as opiniões são democraticamente expressas o que dá importante "feed-back" do que é relevante publicar, divulgar e conscientizar.
Conscientizar sim, aos cidadãos que nos acompanham, pois é esse o papel que a maçonaria nos cobra, para isso que ela nos prepara ao longo dos anos de vivência entre irmãos, para sermos os melhores na construção de uma sociedade mais justa, mais participativa e mais honesta.
São os princípios de igualdade, liberdade e fraternidade que nos norteiam, e acreditamos neles muito mais do que em alguns "landmarks", mas nos decepcionamos quando vemos entre nós, guardiões desses valores, o desprezo por um desses princípios básicos: a Fraternidade. Fomentam o esfacelamento da fraternidade alimentando o ódio entre irmãos adversários que jamais deveriam se tratar como inimigos (como bem lembrou um irmão num comentário), tolhindo o direito de pensar diferente, de seguir rumos e escolhas diferentes, desprezando outro essencial valor de nossos postulados: a Liberdade. Pensamos diferente porque somos diferentes, porque acreditamos na democracia para o fortalecimento da instituição e rechaçamos qualquer tipo de hegemonia, porque sabemos que o debate enriquece e que a força do convencimento civilizado faz os contrários cederem um pouco de seus lados para criarem novas vertentes mais amplas e inclusivas. Podemos e devemos conscientizar os menos conscientes, sem prepotência, lembrando sempre nossa condição humana imperfeita e falível que demanda contar com a experiência dos mais experientes e sábios que a vida põe nos nossos caminhos.
Nenhum cargo institucional, nem graus simbólicos ou filosóficos nos diferencia na essência... somos todos iguais depois de nossas iniciações, e nos entristece ver gente com algum poder administrativo temporal agindo como se fosse inalcançável, inatingível, se dando um valor que não existe... o poder numa Potência é oportunidade conferida para serenar ânimos, semear bondade, construir bens comuns nos locais das Lojas, aumentando a capilaridade da instituição, e não para perseguir, constranger (e desse crime tenho provas documentais), criar projetos não inclusivos, pontuais e populistas e, pior, destratar irmãos opositores... nos revolta a legião de irmãos informados e cientes dessa situação a se juntar como correligionários do mal com o propósito de se manterem no poder (que poder?) com os fitões!
A manipulação do "poder" com os "fitões", com oficiais trabalhando por um candidato (Grande Secretário vendendo convites de chapa dentro do palácio maçônico) demonstra a falta de decoro de uma administração que despreza mais outro dos sagrados postulados da filosofia maçônica: a Igualdade. Como acha que os integrantes das duas chapas concorrentes (de oposição) sentem-se em relação ao apoio ostensivo e ilegal dado pela administração com mais de 400 delegados como cabos eleitorais? É preciso se colocar no lugar deles... não seria também um gesto fraterno?
Agora, numa pessoa que exclama para todos ouvirem que está rodeado de "traíras", que usa de ironia com frases xulas e indiretas de que "vou pescar todas as traíras da lagoa", não se identifica conteúdo maçônico, nem se entende como exemplo de liderança a ser seguida.
O problema na Ordem é a presença cada vez mais marcante dos que só assistem, reclamam no seu meio mas não combatem, verdadeiras mentes abertas de bocas fechadas: isso é ser maçom? O pior são os de mente fechada que escancaram a boca pra falar muito e dizer nada, que escolhem fechar questão cegamente frente a qualquer discurso, contanto que seja de quem esteja no poder, verdadeiros "Múcios" (Múcio - personagem de Jô Soares de "Viva o Gordo"), com o agravante de que há também Múcios covardes que tagarelam e se escondem no anonimato! A que interesses atende o critério usado nos últimos anos para ingresso na Ordem, que tem aumentado o número de lojas e o número de afiliados "Múcios escolhedores", mas que só diminui o número de verdadeiros maçons massa crítica, combativa, questionadora e transformadora?
Ir. Edson Monteiro
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