sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

CONFLITO



O conflito na maçonaria significa "cabo de guerra" entre os bem e os mal preparados, é luta de conscientização contra  a imensa  ignorância que tem gerado coleção de equívocos, tidos como  bem intencionados,  mas desastrosos para a imagem da instituição. Deveríamos ter equilíbrio interno para direcionar nossa força de luta contra as mazelas da sociedade, no entanto, com lideranças fracas não temos missões definidas em que todos se envolvam, e sem ordenamento e foco, nada de realizações e muito pouca união.


Espera-se lideranças de  atitudes construtivas, coerentes com a realidade da conjuntura social, que tragam no caráter algumas qualidades essenciais dos verdadeiros iniciados: a humildade, a afabilidade e a inteligência. A instituição,  construída com os exemplos e  com as atitudes de cada integrante, que deveria ser conduzida pelas lideranças baluartes com obstinação e com suavidade, carece de predicados, perdeu a essência da sabedoria salomônica para  amparar, aconselhar e  apaziguar conflitos.  

Unanimidade não existe, mas sabedoria e bondade no trato com todos precisa ser traço da personalidade maçônica... não deveria haver inimigos entre nós, entretanto, muitos irmãos se encontram às voltas com lideranças maçônicas em processos na justiça maçônica, alguns na justiça comum. É um contrassenso essa forma de condução de uma fraternidade!

As tão faladas e alardeadas humildade, afabilidade e conciliabilidade na Ordem não foram suficientes para impedir a perda da ARLS Cavaleiros de São João nº 115, hoje no GOSP. Como se perde uma oficina para outra potência? (leia matéria de maio 2012). Ao invés de ajuda e conciliação, os irmãos enfrentaram irascibilidade e desconsideração! Pela proliferação de novas lojas com questionável sustentabilidade, parece que  essas recém criadas são mais ouvidas, interessam mais que as mais antigas e tradicionais...  talvez porque a massa crítica ainda não esteja suficientemente crítica para começar a questionar!

"Cuidado com alguns discursos: pode ser que o que falam é exatamente o contrário do que pensam".

Sabemos que a retórica, com estrutura e dinheiro, mobiliza e arrebata. Mas não há  falatório, por mais eloqüente,  que mantenha indefinidamente a credibilidade sem realizações. Sem ações, não há obras e sem obras não há realizações. Um a um acabam se afastando. O tempo é o bastião da verdade! 

Seria muita pretensão uma cruzada para uma guerra do bem contra o mal! O conflito é entre o conhecimento e a ignorância, é a luta da inconformação do desperdício de recursos financeiros e humanos com equivocados discursos de  economia e desenvolvimento. Nossa construção é social, nossas obras não são de engenharia civil, são político-sociais. Somos divididos em grupos, temos afinidades e pensamentos diversos, o mundo maçônico é uma nação heterogênea e democrática de livres pensadores cujo principal patrimônio são os irmãos, de todos grupos e tendências. Sem homens bons não há instituição. Não bastasse a perdulária derrama com imóveis verdadeiros "elefantes brancos" que sempre cismam de inventar mais um, tudo fica muito pior quando se perde nosso principal patrimônio, o desligamento de irmãos de valor, que sem espaço ou desmotivados, deixam as fileiras maçônicas.  Por tudo isso, a "locomotiva da maçonaria brasileira"  está hoje em plano secundário. O aumento exagerado de cargos na hierarquia tem mais a ver com aparelhamento do que por visão construtiva estruturalista. Procuram alguma agitação porque está perdido o foco na finalidade da instituição. Cada vez mais nos tornamos um imenso e albino paquiderme!

Acreditamos em quem seja oposição ao "status quo", que não defenda a continuidade do que aí está. Não acreditamos em quem acredita em invasores de sites, ou na ação de "Hackers" para derrubada de nossas enquetes. Manteremos conflitos contra a ignorância que alimenta a incoerência do nosso distanciamento da verdadeira ação maçônica, que só terá eficácia com lideranças mais humildes, fraternas e capazes.

"Lutamos por mudança... porque já deu pra cansar disso tudo!"


Ir. Edson Monteiro

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